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Este microbook é uma resenha crítica da obra:
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Editora: 12min Originals
Em outubro de 2025, Donald Trump admitiu publicamente ter autorizado operações secretas da CIA contra o governo Maduro. Dias depois, os Estados Unidos lançaram ataques navais contra embarcações venezuelanas sob o pretexto de combater o narcotráfico. Caracas respondeu denunciando “agressão imperial” no Conselho de Segurança da ONU, enquanto a oposição, fortalecida pelo Nobel da Paz concedido a María Corina Machado, ganhou novo fôlego internacional.
A tensão acontece em meio a uma crise energética e a um tabuleiro político volátil. Washington endurece o controle sobre o petróleo venezuelano e usa a migração como ferramenta de pressão. Maduro, por sua vez, reage com retórica nacionalista e repressão interna, tentando manter sua elite coesa em um regime cada vez mais pressionado financeiramente.
Este radar analisa as engrenagens desse conflito: como os Estados Unidos transformam coerção em política externa, como a Venezuela tenta resistir pela economia e como a América Latina volta a ser palco de uma disputa entre força e legitimidade.
A confissão de Trump sobre operações encobertas da CIA marcou um ponto de ruptura na relação Estados Unidos–Venezuela. Washington assume, de forma aberta, uma estratégia de “pressão inteligente”: combinação de operações clandestinas, sanções econômicas e demonstrações militares. Oficialmente, os ataques se justificam como ações contra o narcotráfico e grupos paramilitares. Mas a motivação real é política — minar a confiança entre Maduro e seus militares, gerar medo dentro da elite e testar a reação do regime.
A manobra tem precedentes históricos. Desde o Panamá nos anos 1980, os Estados Unidos usam a sombra da intervenção como método de dissuasão. A diferença é o contexto: agora, há uma guerra global de narrativas e um uso muito maior da visibilidade digital. A admissão de Trump não é descuido; é uma tática. Ao expor a operação, ele impõe humilhação simbólica a Caracas e mostra ao eleitor americano que tem “mão firme” na política externa.
O impacto imediato é psicológico, mas o efeito estratégico é regional. A América do Sul volta a sentir o eco de um conflito que mistura guerra híbrida, diplomacia e espetáculo político.
Os ataques navais americanos contra embarcações venezuelanas marcam o início de uma guerra “sem declaração”. Em setembro, dois navios foram atingidos no litoral de Falcón; outros incidentes ocorreram próximos a Trinidad e Tobago. Washington afirma agir em “autodefesa ampliada”, amparada por resoluções antiterrorismo. Caracas fala em “execuções extraterritoriais”.
Essas ações têm três camadas. Militarmente, reforçam a presença americana no Caribe e testam logística e inteligência de vigilância marítima. Politicamente, criam pânico entre aliados de Maduro e mostram ao mundo que os Estados Unidos voltaram a agir como potência policial regional. E, narrativamente, oferecem a Trump um espetáculo de poder calculado — com mínima perda humana americana e alta repercussão doméstica.
A ONU tenta conter o conflito com mediações discretas, mas sem efeito prático. O que existe hoje é uma trégua tática sustentada pelo medo. Nenhum dos dois lados quer o custo de uma guerra aberta. Maduro não tem recursos militares para confrontar os Estados Unidos; Trump não quer repetir o erro de Bush no Iraque. O jogo é de exaustão: pressão contínua até o colapso interno do regime.
Em paralelo à escalada militar, emissários chavistas apresentaram à AP um “plano Maduro” — uma transição gradual com transferência de poder à vice Delcy Rodríguez em três anos. O objetivo era aliviar sanções e ganhar tempo. Mas o governo americano rejeitou a proposta, chamando-a de “farsa”.
Esse tipo de manobra é típico de regimes autoritários sob pressão. Serve menos para negociar e mais para confundir. Ao acenar com mudança, Maduro tenta dividir a oposição, desmobilizar protestos e testar a fidelidade das Forças Armadas. Internamente, o plano gerou desconfiança entre ministros e militares médios, alguns dos quais passaram a negociar garantias de sobrevivência pessoal em caso de colapso.
A reação de Washington foi fria e estratégica: “sem calendário eleitoral e verificação internacional, não há transição, há adiamento”. Ainda assim, a simples existência de um plano vazado enfraquece a imagem de controle total do regime. Quanto mais se fala em sucessão, mais se naturaliza a ideia de fim.
A Chevron é a peça central do tabuleiro econômico. Desde 2023, a empresa opera sob licença especial que permite exportar petróleo venezuelano sem repassar receitas ao regime. O resultado é paradoxal: os Estados Unidos mantêm acesso ao combustível, mas o governo Maduro perde liquidez. Em outubro de 2025, Trump endureceu ainda mais as restrições — renovou sanções contra PDVSA, bloqueou transferências bancárias e impôs tarifas a países que intermedeiam petróleo venezuelano.
A meta é dupla: sufocar o caixa chavista e reduzir a dependência global do petróleo russo e iraniano. Mas há riscos. A queda da produção venezuelana reduz a oferta mundial e pressiona o preço do barril. O aumento de custos energéticos pode gerar reações negativas entre aliados e dentro dos próprios Estados Unidos.
Para Caracas, a consequência é devastadora: menos divisas, mais inflação e dependência total de parceiros alternativos — Rússia, China e Irã. No curto prazo, o regime sobrevive; no médio, se as sanções persistirem, o colapso fiscal será inevitável.
O prêmio Nobel da Paz concedido a María Corina Machado foi um divisor de águas. Pela primeira vez desde o início do chavismo, a oposição venezuelana conquistou um símbolo de legitimidade global. A líder dedicou o prêmio “aos que ainda acreditam na liberdade”, enquanto Maduro acusou o Comitê Nobel de “instrumento do imperialismo europeu”.
O impacto é diplomático e psicológico. Países europeus e latino-americanos usaram o Nobel como argumento para exigir libertação de presos políticos e observação internacional em eleições futuras. Para a oposição, o prêmio reenergizou uma base desmotivada após anos de repressão.
Mas o efeito interno é ambíguo. Aumenta a visibilidade, mas também eleva o risco de perseguição direta. Nas semanas seguintes, aliados de Machado foram presos ou exilados. Ainda assim, o prêmio fixou uma narrativa que o regime não consegue apagar: a de que o mundo reconhece quem resiste. No xadrez simbólico, a oposição venceu a rodada — mas a partida está longe do fim.
Trump também transformou a política migratória em instrumento de pressão. Sua administração revogou o status de proteção temporária (TPS) que permitia a permanência de quase 350 mil venezuelanos nos Estados Unidos. A justificativa: “se Maduro diz que o país está em paz, eles podem voltar”.
Essa decisão tem efeitos estratégicos. Internamente, reforça o discurso de segurança de Trump e sinaliza endurecimento nas fronteiras — um dos pilares de sua popularidade. Externamente, empurra o custo humanitário para países latino-americanos que já abrigam milhões de venezuelanos. O resultado é uma crise regional silenciosa: fronteiras sobrecarregadas, redes de tráfico humano fortalecidas e tensões diplomáticas crescentes.
Para Maduro, o retorno forçado de migrantes pode ser bomba-relógio. O país não tem estrutura para reintegrá-los, e o desespero pode alimentar revoltas locais. A migração virou uma moeda geopolítica — uma ferramenta que decide quem sofre e quem negocia.
Enquanto enfrenta pressões externas, Maduro reaquece o nacionalismo interno com a disputa pelo território do Essequibo, controlado pela Guiana. Apesar de ordens da Corte Internacional de Justiça para evitar provocações, Caracas aprovou a criação de um “Estado do Essequibo”, com bandeira, governador e mapa oficial.
É uma manobra clássica de distração política. A Guiana, que vive boom econômico com a descoberta de grandes reservas de petróleo, virou o novo foco de tensão regional. O regime chavista tenta transformar o contencioso em ferramenta de coesão nacional, explorando a retórica anti-imperialista e o sentimento patriótico.
Mas o jogo é arriscado. Se Caracas ultrapassar fronteiras ou ameaçar instalações da ExxonMobil, a resposta internacional será imediata. Para os Estados Unidos, proteger investimentos na Guiana é prioridade. Assim, a questão do Essequibo conecta economia, energia e poder militar — e pode ser o estopim de uma crise internacional se a escalada continuar.
Maduro enfrenta hoje um cerco triplo: financeiro, militar e simbólico. A elite bolivariana está dividida entre lealdade e autopreservação. Generais temem ser responsabilizados por crimes de guerra ou corrupção; empresários do entorno buscam rotas de fuga. O governo responde com repressão seletiva e rotação de comandantes.
Ao mesmo tempo, o regime tenta retomar o controle narrativo com discurso antiamericano e desfiles militares. Mas o desgaste é evidente. A inflação dispara, o poder de compra evapora e o descontentamento cresce até entre antigos apoiadores. A única cola que resta é o medo.
Nos bastidores, países como Turquia e Irã oferecem apoio técnico e financeiro para manter o regime respirando, em troca de contratos de energia e mineração. Ainda assim, o sistema político chavista se tornou uma estrutura de sobrevivência — não de governo. A estabilidade que Maduro exibe é, na verdade, paralisia controlada.
Três caminhos se desenham para os próximos 90 dias.
Cenário 1 – Escalada controlada: Estados Unidos mantêm operações limitadas, Maduro usa ataques como propaganda, e o conflito se estabiliza em nível de retórica e sanções.
Cenário 2 – Colapso econômico: prolongamento das restrições de petróleo gera insolvência fiscal; atraso em pagamentos militares e protestos urbanos pressionam por mudança interna.
Cenário 3 – Negociação forçada: mediadores do México, Noruega e Brasil intercedem para um acordo mínimo de transição supervisionada, em troca de garantias pessoais à elite chavista e eleições parciais em 2026.
O que definirá o desfecho não é o discurso, mas a matemática: quanto tempo o regime aguenta sem caixa e sem legitimidade. A guerra, hoje, é por oxigênio financeiro e pela narrativa do “vencedor moral”.
A Venezuela é o espelho de um mundo em transição: potências antigas voltam a agir como se o multilateralismo tivesse acabado, e regimes autoritários exploram a fragmentação global para resistir. Trump usa coerção como política e espetáculo. Maduro, isolamento como resistência. Entre ambos, a população paga o preço de uma guerra invisível — feita de sanções, narrativas e fome.
O pós-guerra venezuelano — se vier — dependerá menos de tanques e mais de planilhas. Quem controlar o petróleo, a dívida e o tempo terá vencido sem disparar um tiro.
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